domingo, 29 de junho de 2014

2 cap. do "especial John Green"

Resenha do livro "a culpa é das estrelas"
Acho que fui a última pessoa na face da Terra a ler A Culpa é das Estrelas, do fofo e nerd John Green. Todo mundo falava e falava e dizia e contava spoilers sobre a trama desse livro e, às vésperas do filme sair pros cinemas, decidi que era hora de dar uma chance pra esse falatório todo. Vou admitir, primeiramente, que eu não achei tudo isso. O livro é ótimo, tem momentos ótimos, diálogos mais do que sensacionais, uma temática emocionante e valores sobre a vida. Mas definitivamente não é o melhor livro que poderia ser, na minha opinião. Acho que, da metade para o final, senti uma correria sem necessidade e alguns momentos forçados de tristeza – MAS – não tira a beleza da história de amor, que é comovente e sincera. As pessoas diziam “prepare os lenços, porque você vai chorar horrores” e preciso admitir que eu realmente chorei e acordei com sinusite depois. Mas de momentos que são puramente emocionantes pra mim: discursos sobre amizade ou, particularmente, quando personagens começam a chorar. Fora isso, achei realmente que fosse sofrer mais e – talvez – meu sofrimento tenha sido diminuído por esperar taaaaaaaaanto.
A Culpa é das Estrelas não fala nada de estrelas, só pra você saber. Mas é interessante como isso é colocado em gotas homeopáticas no livro e se transforma em uma frase tão importante, no fim das contas. Acontece que Hazel Grace tem câncer, que faz parte do corpo dela, assim como água, pele e todo o resto. O câncer é ela, uma parte que quer viver e ela não o culpa por isso. Ao contrário, ela tenta conviver e encarar tudo da melhor forma possível. Visita um grupo de apoio, de onde surgem personagens super interessantes. O amigo cego, Isaac, que é sensacional. Toda vez que ele aparece no livro é motivo de comemoração – porque ele engrandece os diálogos, é divertido e tem um drama muito peculiar. E aparece Augustus Waters, o Gus, que também tem histórico de câncer mas não tem nada nele visivelmente pra provar isso – é lindo, aparentemente saudável, forte e engraçado. Vamos pro plot: Gus e Hazel se apaixonam, de forma simples, honesta e sem correrias (apesar do pouco tempo que eles têm nas mãos!), e dividem a história de um livro, Uma Aflição Imperial – que se torna um personagem importante. Tudo meio que se desdobra em torno da leitura desse livro, de descobrir o final dele, seus mistérios, seu autor misterioso e suas próprias vidas.
A vontade de Hazel para saber como ficam os personagens do livro assim que ele termina é meio surreal, apesar de existirem muitos leitores como ela. Parece que colocou como objetivo da pouca vida que ela acha que tem e esforços não são medidos para conseguir suas respostas. Eu não posso contar muito – até falar sobre o romance de Gus e Hazel seria contar spoilers. Mas não é um livro exatamente sobre o câncer. É um livro sobre descobertas e preconceitos, sobre formas de encarar a vida e amizades, sobre realizar desejos e correr atrás do que você quer, sobre viver e, ocasionalmente, sobre ter câncer. Porque, afinal, o câncer são eles mesmos. E, como todos os nossos problemas, defeitos e qualidades, temos que aprender a viver lado a lado com o que pode nos destruir. Okay?
O livro foi escrito por John Green, mas ele mesmo diz que não é baseado em fatos reais. Ele se inspirou em uma amiga, Esther Earl, que tinha câncer e faleceu alguns anos atrás. Mas nas primeiras páginas de A Culpa é das Estrelas, ele deixa bem claro que é um livro de ficção e o fato das pessoas ficarem buscando realidade nele só torna tudo mais chato e irrelevante. Para entender melhor, foi lançado A Estrela que Nunca vai se Apagar, que já está em todas as livrarias, e é tipo um diário de Esther. Vale a pena dar uma pesquisada!